Os NFTs (Tokens Não Fungíveis) são um dos recursos mais interessantes do setor de cripto e, inclusive você pode conferir mais sobre eles aqui e aqui. Estes NFTs, basicamente, são a criação e a propriedade de artefatos digitais únicos e colecionáveis, como imagens, vídeos, músicas, jogos e muito mais.  

Mas você sabia que é possível criar NFTs na rede Bitcoin, a mais antiga e segura blockchain do mundo? 

Neste artigo, vamos explicar o que são os NFTs na rede Bitcoin, como eles funcionam, quais são as vantagens e desvantagens e qual é o futuro dessa tecnologia. Acompanhe!

Por que ainda não existiam NFTs na rede Bitcoin? 

Os NFTs são gerados por meio de contratos inteligentes, que consistem em códigos computacionais responsáveis por executar ações específicas e criar tokens. 

A rede principal para a criação de NFTs é a Ethereum; contudo, outras blockchains, como Binance Smart Chain, Solana e Avalanche, também oferecem suporte a esta funcionalidade. 

Sem a habilidade de acomodar contratos inteligentes mais complexos, a rede Bitcoin não teria capacidade para abrigar NFTs. Entretanto, com a atualização Taproot, implementada em novembro de 2021, essa possibilidade se tornou viável. 

A Taproot é uma combinação de melhorias no Bitcoin e possibilitou, entre outras coisas, a flexibilidade das transações, ao permitir a criação de contratos inteligentes mais sofisticados na rede.  

O que são os NFTs na rede Bitcoin? 

Os NFTs na rede Bitcoin são ativos digitais únicos e escassos gerados na plataforma, proporcionando autenticidade e propriedade verificáveis. 

Para criar um NFT no Bitcoin, utiliza-se o protocolo Ordinals, desenvolvido por Casey Rodarmor e lançado em janeiro de 2023. 

O Ordinals possibilita a “gravação” de dados em cada satoshi por meio de um sistema de numeração sequencial de satoshis. Essa informação é conhecida como “inscription” e é armazenada diretamente na blockchain do Bitcoin, sem a necessidade de serviços externos ou blockchains paralelas. Isso implica que cada satoshi pode ter uma informação única e exclusiva vinculada a ele, como uma imagem, texto, vídeo ou qualquer outro tipo de arquivo. 

Desta forma, cada “inscription” se transforma em um artefato digital imutável, verificável e escasso, que pode ser criado, adquirido e comercializado como um NFT. 

Quais são as vantagens dos NFTs na rede Bitcoin? 

Os NFTs na rede Bitcoin oferecem benefícios notáveis em relação aos NFTs em outras blockchains, como a Ethereum. Entre as principais vantagens, destacam-se: 

• Armazenamento on-chain: uma característica específica dos NFTs na rede Bitcoin é que cada inscription é inteiramente on-chain, ou seja, registrada diretamente na rede. Isso contrasta com os NFTs em outras blockchains, que geralmente armazenam conteúdo off-chain por meio do IPFS (InterPlanetary File System), conhecido também como Sistema de Arquivos Interplanetário. 
• Soberania: os NFTs na rede Bitcoin são totalmente descentralizados e imunes à censura. Eles não podem ser modificados ou removidos por ninguém, nem mesmo pelos seus criadores ou proprietários, consolidando-se como parte integrante da história da rede Bitcoin. 
• Segurança: os NFTs na rede Bitcoin desfrutam da proteção e estabilidade proporcionadas pela blockchain mais antiga e confiável do mundo. 

Controvérsias do Protocolo Ordinals: por que nem todos concordam com sua implementação? 

Embora o protocolo Ordinals tenha introduzido os NFTs na rede Bitcoin, nem todos concordam com essa inovação.  

Críticos do Ordinals tendem a adotar uma visão mais conservadora sobre o Bitcoin, acreditando que sua única função deveria ser permitir uma forma escassa de dinheiro digital, livre de intermediários ou autoridades centrais. Essas pessoas consideram que os Ordinals desviam o propósito e o funcionamento do Bitcoin, utilizando satoshis para criar NFTs que, segundo eles, não possuem utilidade intrínseca. 

Eles também criticam os Ordinals por ocuparem espaço na blockchain do Bitcoin, que é limitado e disputado e, além disso, por aumentarem as taxas de transação, que são pagas pelos usuários para terem suas transações confirmadas pelos mineradores. Eles argumentam que os Ordinals prejudicam a eficiência e a acessibilidade do Bitcoin, e que incentivam o uso irresponsável e especulativo da rede. 

No entanto, uma outra parcela da comunidade enxerga nos Ordinals uma oportunidade de expandir os casos de uso da rede Bitcoin. Esses usuários acreditam que o aumento de disputa por espaço de bloco no Bitcoin, principalmente por parte dos usuários interessados em registrar dados na rede, valoriza ainda mais a rede e impulsiona a adoção.  

Além disso, uma maior demanda por espaço nos blocos gera ainda mais atividade na rede e maiores taxas para os mineradores. 

No fim das contas, o protocolo Ordinals é apenas uma das possibilidades de utilização da rede do Bitcoin. No futuro, devemos ver novos casos de uso, que poderão contribuir ainda mais para o avanço da rede do Bitcoin e o impulso da adoção.