As criptomoedas são uma classe de ativos caracterizada por sua volatilidade.
Historicamente, elas costumam apresentar grandes variações de preço em curtos períodos de tempo e esse é um dos motivos que atrai muitas pessoas para esse mercado, mas que também afasta outras.
Contudo, trata-se de um mercado com ciclos, como qualquer outro. Assim como existem períodos de euforia, existem também grandes períodos de incertezas e desaquecimento, em que os preços de diversas moedas tendem a cair fortemente e nos quais muitos investidores se retiram.
Enquanto no mercado tradicional existe o mercado de urso, ou bear market, no mercado cripto temos o inverno cripto, ou crypto winter.
Apesar de o termo ser diferente, o significado é basicamente o mesmo: um período prolongado em que o preço das criptomoedas tendem a grandes quedas. Um inverno cripto tende a afetar todas as criptomoedas, uma vez que é um mercado altamente correlacionado com seu principal ativo, o bitcoin.
Durante a história do mercado cripto, houve alguns invernos. O último ocorreu entre o final de 2017 e fevereiro de 2019, quando o preço do bitcoin saiu de US$ 20.000 e fez mínima em US$ 3.180, para então romper os US$ 20.000 em dezembro de 2020.
Atualmente, estamos diante de mais um inverno cripto. Após o preço do BTC registrar máxima histórica em US$ 69.000, em novembro de 2021, alguns meses depois o preço corrigiu mais de 70%, registrando uma mínima em US$ 17.600.
E qual o motivo para esse inverno cripto?
Desde o início do ano, o mercado cripto passou a ser afetado por um contexto macroeconômico complexo. Alta da inflação pelo mundo, resultado dos estímulos econômicos realizados devido à pandemia, além do início do processo de ajuste monetário nos EUA. Lembrando que ainda houve o início do conflito geopolítico entre Rússia e Ucrânia. Tudo isso levou o mercado, que estava acostumado com um excesso de liquidez, a se deparar com o início de um momento de aperto monetário.
É importante observar que os mercados são sujeitos a ciclos, e os ativos digitais não são imunes a isso. Ou seja, não existem altas infinitas ou baixas infinitas, em algum momento os ciclos revertem.
Algo interessante de se observar durante um inverno cripto é a saída de alguns players do mercado.
Se em 2017 foi a vez dos ICOs saírem de cena, agora foi a vez das stablecoins algorítmicas de algumas empresas centralizadas de empréstimos (Celsius) e de alguns fundos de venture capital (Three Arrows Capital), que operavam de maneira alavancada e insustentável, serem expulsas do mercado, devido à queda brusca dos preços.
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Projeções para o mercado
Apesar de o Bitcoin ter apenas 13 anos, é possível identificar um ciclo em seu preço. Algo que faz parte desse ciclo é o halving, que acontece a cada quatro anos e corta pela metade a emissão de novos bitcoins, ou seja, o torna escasso.
Após esse evento, o preço sempre tendeu a romper a máxima histórica anterior. O último halving aconteceu em 11 de maio de 2020 e o próximo deve ocorrer em maio de 2024.
Se o padrão continuar, podemos ver o preço ficar lateralizado até lá, para então vir a romper novas máximas. Porém, trata-se apenas de uma possibilidade. Além disso, escassez somente não basta, é necessário que o Bitcoin continue crescendo em adoção.
Aliás, nesse inverno cripto temos visto muitos avanços em termos de infraestrutura sendo construída para atrair investidores institucionais. A BlackRock acabou de anunciar uma parceria com a Coinbase, para oferecer serviço aos seus clientes e ainda um fundo de Bitcoin. Ainda, grandes atualizações em protocolos estão ocorrendo, como o The Merge, na Ethereum, o que tende a ser muito positivo.
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Summer is Coming?
Em uma famosa série de televisão, tornou-se um bordão a frase “Winter is Coming”, ou “O inverno está chegando”. O medo que os personagens possuem do inverno os leva a estarem sempre preparados para esse período. Apesar de obviamente ser um mundo ficcional, o cenário retratado na série é capaz de refletir bem o mercado cripto.
Assim como momentos de euforia e alta no preço dos ativos não duram para sempre, nenhum inverno dura para sempre, embora alguns perduram durante um bom tempo.
E talvez esse seja o cenário agora: enquanto o contexto macro não melhorar, é difícil ver uma recuperação que leve o BTC a níveis maiores que os de agora.
Um inverno cripto pode durar dois ou três anos, não se sabe. O importante é o investidor estar preparado, com caixa e alocar um percentual que ele não precisará com urgência e assim se posicionar para a volta do “verão”.
É fundamental entender que se trata de uma classe de ativos volátil. Por isso, é importante para o investidor uma alocação adequada, visando o longo prazo, além da busca por ativos mais consolidados e com melhores fundamentos. Lembrando que tudo que vem após o
BTC e o ETH é mais volátil e arriscado, pois são projetos que em sua maioria estão em versão beta.
Num mercado como esse, tenha ceticismo quanto a qualquer previsão. Faça sua própria pesquisa e aumente suas chances de ter sucesso investindo.